Eu tenho tudo o que preciso aqui dentro da gaiola, agua,
comida, um pouco de sombra e dois pauzinhos encaixados para que eu possa pular
de um lado para o outro e me movimentar. Recentemente até colocaram mais alguém
aqui dentro para me fazer companhia, mas isso não muda o fato de ainda estar
numa gaiola.
Quando era mais nova tudo o que eu queria era sair, tentar
voar. Sempre tive uma inexplicável atração pela sensação de vento passando pelo
meu corpo, bagunçando meus cabelos e me fazendo sentir livre, mas... sempre fui
tímida demais para abrir as asas e sair e assim escolhi a gaiola. Não foi algo
que me obrigaram a fazer, talvez houvesse tido certa coerção, mas no final a
escolha foi minha, não estava feliz com isso mas estava segura. E depois de
tanto tempo, eu ainda estou aqui.
Eu sou uma sonhadora que tem medo de sonhar. A que se diz “wanderlust”
mas nunca viajou. A escritora que não escreve. Eu sou o pássaro que quer sair
da gaiola mas tem medo de cair.
Eu sou aquela que aprendeu que se definir é a coisa mais
errada que poderia fazer para si mesma, mas que continua a fazer em já quase
220 palavras...
O que se faz quando não se quer mais ficar no lugar que
está, mas não sabe outro caminho para continuar?
Não quero um caminho novo pra trilhar... Eu só quero... não
ter mais uma gaiola.
Mas como dizem: cachorro velho não aprende novos truques.
Mas será que é possível, depois de tanto tempo, aprender a viver fora da gaiola?
Mas será que é possível, depois de tanto tempo, aprender a viver fora da gaiola?
Nenhum comentário:
Postar um comentário